quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

MEIA HISTÓRIA DE MINHA VIDA...



Sabe qual é a sensação de não saber a própria identidade? Você não sabe o que vai fazer da sua vida, não pode sonhar, pois os sonhos não se realizam, não tem vontade de lutar pela vida ou por um ideal...sempre acho que não tenho força suficiente para lutar. Quando me levanto da cama, quero fazer algo, limpar a casa, fazer comida...mas não consigo, nos primeiros segundo já estou tão cansada com o coração disparado, parecendo que corri na "São Silvestre", tento lutar contra tudo isto, mas não tenho forças...
Cada dia que passa é como se estivesse dentro de um labirinto e não acho a saída, e quanto mais adentro ao labirinto...mais escuro ele vai ficando, me sinto totalmente perdida, como se tivesse caído num poço tão fundo que não tem mais fim... Quero ficar alegre, demonstrar alegria para os meus, mas não consigo, então me refugio no meu quarto, assim ninguém precisa vêr em que estou me tornando. Não tenho mais vaidades, quem me conhecia sabia como era, sempre maquiada, unhas das mãos e dos pés pintadas, não que fosse para um cabelereiro, eu mesma gostava de cuidar de mim, todos os dias meu banho perfumado, logo após o creme Monange "Final Feliz", um perfume bem gostoso, diziam sempre que tinha uma pele de pêssego... Cobiçada pelos homens e invejada por algumas mulheres... Trabalhava de segunda a sábado das 8:00hs às 18:00hs, estudava à noite...fiz supletivo do "quarto ano de ginásio" e "do colegial", agora primeiro e segundo grau ou sei lá...Não precisei fazer cursinho para passar na faculdade de Psicologia na UniSantos...Trabalhava, estudava e ainda reservava um tempo para distração... No que seria o terceiro ano de faculdade, fiz apenas reposição de algumas matérias, minha sorte, pois foi o ano que minha mãe ficou doente. Em outubro foi operada, mas logo fecharam e veio a triste notícia que ela não tinha mais do que quinze dias...vivi estes quinze dias somente para ela. Praticamente conversei com sua alma quando me disseram que ela estava morta ,pois ela era muito apegada a família, falei que iria cuidar de tudo e para ela ir em paz, uma lágrima saiu de seus olhos e isto me marcou muito, pois para os médicos ela já havia falecido, mas seu espírito continuava ali... Realmente esta morte me deixou muito sensível, entrei na faculdade em 1995, em 1994, com o segundo casamento, perdi dois bebês por aborto espontâneo. Em 1997 já eram três perdas na minha vida que doeram demais!!!Fora a separação do segundo marido em 1995.
A partir de 1998, no meu trabalho,Basílica Santo Antônio do Embaré, o pároco deixou para que um leigo tomasse conta dos trabalhadores que estavam restaurando a igreja e também a cozinheira, a moça da limpeza e as secretárias. Foi quando iniciou o meu tormento, ele se dizia administrador da Igreja do Embaré, a cozinheira tremia quando ouvia sua voz, pouco depois veio a falecer por uma descarga mental fatal.... O gosto desta pessoa era dominar, foi quando recebi meus primeiros "assédios morais", ele me chamava em sua salinha e dizia: Você não pode deixar o telefone tocar mais do que duas vezes, se tocar a segunda vez..."cabeças vão rolar". Mesmo tendo a moça da faxina, quem vai lavar o banheiro e toda a secretaria vai ser você...
Cheguei até a argumentar, somos duas secretárias, então reparte os serviços... mas ele falava..."Estou mandando você"...até balde, panos, rodos ele me deu...tinha que limpar o banheiro, a sala do frei, nossa secretaria e quando estava fora, limpando, se tocasse o telefone por mais de duas vezes, novamente tinha que ir até a salinha ouvir todos os velhos sermões de Assédio Moral. Ele chegou a me ameaçar se contasse para o Pároco o que estava acontecendo eu seria despedida, como um dia ele me fez uma proposta: se você quer continuar a trabalhar aqui, vc tem que escolher entre a Faculdade ou seu trabalho, pois eu nunca estudei, você também não precisa estudar... Larguei a faculdade no quarto ano e meio, faltavam apenas um ano e meio...Já estava nos estágios, estava tendo um bom desempenho, mas com tantas ameaças resolvi ceder...
Quando foi em 1999, não pude tirar minhas férias em janeiro como há dez anos era de costume...foi em agosto, quando voltei, me mandou fazer exames médicos e fui despedida sem uma justificativa....
Abri uma loja de mágicas: "Lady Dulce - A Amiga n.1 dos Mágicos", com o dinheiro do Fundo de Garantia, foi um sucesso, mas num local que não tinha futuro...fechei em quase dois anos. Estudei junto com minha filha e fizemos concurso para Escrivão da Polícia Civil, passamos, entramos, no inicio gostava, não era tão ruim, até me mandarem para a Delegacia da Mulher...a delegada um amor, a escrivã chefe muito boazinha, mas tinha alguém lá dentro que começou novamente o chamado "Assédio Moral", tratava as vítimas com respeito, carinho, deixava ela desabafarem e todas saíam com um pouco de alívio, pois afinal de contas, havia estudado Psicologia e havia retornado aos estudos, mas não pude continuar pelas finanças; um dia atendendo um casal, ele namorado da vítima, o autor era o ex marido, estava atendendo como de costume, com carinho e respeito humano... esta "senhora" chegou dizendo"vamos logo, você pensa que aqui é colônia de férias, está cheio de gente para vc atender, para ela as vítimas eram apenas números, para mim eram seres humanos, realmente, não servia para aquele cargo pois eu queria ajudar dentro de um ritmo de análise psicológico. Não me demorei muito ali, mas já comecei a sentir dores pelo corpo, fui em neurologista, em clínicas fisioterápica, pensei que era LER, até o dia que descobri através do meu ginecologista, quando me disse, estas dores, vontade de chorar, muita tristeza, vá procurar um Psiquiatra...você está com depressão e pânico... Dito e feito... Por várias vezes pedi afastamento, mas preferiram que não saísse do cargo de Escrivã...foi quando em pânico e depressão, não estando em meu estado normal, pedi a Exoneração...somente duas pessoas pediram para ficar, a chefia falou "não perdemos escrivães em troca de função, vc entrou como escrivã e se quiser continuar aqui vai ficar como escrivã, e se for para outra delegacia ainda vai passar novamente por plantões noturnos...
Mais uma perda, agora, novamente meu trabalho, mas como minha opção... não me perdoo por isto...depois que me disseram que haveria outras formas sem ter que sair no funcionalismo público, mas se aproveitaram do meu estado, pediram que assinasse como se estivesse pedindo a exoneração por motivos particulares, ainda disse: mas estou saindo por depressão!!! mas nada adiantou. Agora, cada coisa que tento fazer, não tenho mais força de lutar, perdi minha identidade, quem sou eu, o que estou fazendo ainda neste mundo chamado Terra? A dor que se sente é tão grande que cada dia morro um pouco e de formas diferentes. Perdas, perdas, perdas, sem contar as perdas amorosas, que deixaram dor sofrimento e muitas desilusões, fora a morte do meu segundo marido, há pouco tempo, que doeu muito, ou quando vim descobri que um grande amor da época que morava em São Paulo, se suicidou, não aguento mais!!!Perdas....Somente Perdas!!!
Dulce


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